Açores conseguem Certificação Ouro como Destino Sustentável

O Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, presidiu na quarta-feira à sessão de abertura do Azores Tourism Summit 2024, evento que decorre até sábado no Pavilhão do Mar, em Ponta Delgada. Este encontro reúne cerca de 250 profissionais do setor, entre jornalistas, especialistas e representantes institucionais, tanto a nível nacional como internacional, com o objetivo de discutir as melhores práticas de sustentabilidade e inovação no turismo, promovendo o desenvolvimento sustentável no arquipélago açoriano. O líder do Executivo açoriano sublinhou a importância deste evento para o crescimento sustentável dos Açores, e anunciou um marco importante para a Região: a certificação dos Açores como “Destino Sustentável” com o 1.º Nível de Ouro pela entidade EarthCheck, uma das certificadoras mais prestigiadas do mundo em práticas de turismo sustentável. “Este certificado, que agora celebramos, representa não só resiliência, mas também uma atitude comprometida com o futuro”, destacou José Manuel Bolieiro. Esta certificação visa assegurar aos viajantes um destino comprometido com práticas sustentáveis e proporcionar uma experiência de turismo ecológico e de qualidade, em linha com os objetivos estratégicos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. José Manuel Bolieiro aproveitou a ocasião para apresentar dados sobre o crescimento da atividade turística nos Açores: entre setembro de 2019 e 2024, verificou-se um aumento de 37% no número de passageiros desembarcados e de 23% nas operações de voo, com o número de companhias aéreas a operar no arquipélago a crescer de cinco para 14. Para além disso, o rendimento médio por quarto disponível registou uma subida significativa, e o número de dormidas aumentou 8% no mesmo período. “Os resultados não foram a causa das políticas públicas; são as políticas públicas que são causa destes resultados”, afirmou, salientando o papel das políticas de incentivo no crescimento sustentável do turismo nos Açores. O governante frisou ainda a necessidade de os Açores serem exemplo e liderarem pelo exemplo, promovendo “práticas de descarbonização e sustentabilidade em todas as atividades”, com foco no setor turístico, numa missão de responsabilidade ambiental e compromisso com o planeta. “Temos de ser otimistas em aproveitar o nosso contexto para fazermos bem um desafio que temos de desenvolvimento, progresso e afirmação de identidade e de excelência”, reforçou José Manuel Bolieiro. “Este evento é uma oportunidade para um ‘upgrade’, uma melhoria, um encontro de reflexão e estímulo”, concretizou. A programação do evento inclui uma área expositiva com 32 stands e 10 módulos institucionais, onde empresas e entidades locais apresentam serviços e projetos focados no setor turístico, em particular aqueles que visam atrair mais residentes para o turismo interilhas durante a época baixa. A iniciativa integra-se no Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo dos Açores 2030 (PEMTA2030), que prioriza a distribuição de fluxos turísticos entre as ilhas e a mitigação da sazonalidade, incentivando os açorianos a explorar as belezas da sua própria região com acesso a tarifas especiais e experiências exclusivas. Além do Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, a sessão de abertura contou com a presença do Secretário-Geral da Aliança Global para um Planeta Sustentável, Satya S. Tripathi, da Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, e do Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral. Fonte: Direção Regional do Turismo

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Coordenadora do Açores DMO faz balanço dos primeiros dois anos de certificação

Carolina Mendonça, Coordenadora da Estrutura de Sustentabilidade do Destino Turístico – Açores DMO faz balanço dos primeiros dois anos de certificação dos Açores como destino turístico sustentável e afirma que a Região trabalha para atingir o Nível II da Certificação de Prata, podendo alcançar a Certificação de Ouro em 2024. AO. Dois anos depois dos Açores terem alcançado a certificação Prata da EarthCheck como destino turístico sustentável, que efeitos práticos esta certificação já está a ter, quer em termos económicos e empresariais, quer em termos ambientais? CM. A ideia assente no processo de certificação não é a de alcançarmos a perfeição, mas sim demonstrar que o destino está empenhado em desenvolver melhorias contínuas em prol do desenvolvimento sustentável económico, social, cultural e ambiental. Os seus efeitos são visíveis. Desde logo, aumentou a reputação do destino destacando a imagem dos Açores a nível internacional, como primeiro e único arquipélago a alcançar certificação de sustentabilidade de acordo com os rigorosos critérios, internacionalmente aceites, do Conselho Global do Turismo Sustentável. Os Açores afirmam-se cada vez mais como um destino líder de referência, sendo que a certificação reforçou este posicionamento estratégico, conferindo maior notoriedade, e diferenciação competitiva à Região, respondendo às exigências da procura turística internacional por destinos não massificados, de natureza e por experiências autênticas, com um contacto imersivo, mas de respeito pelas comunidades locais. É evidente que isto traz benefícios à Região como um todo, onde o governo, as empresas, a comunidade local e os turistas saem beneficiados. Para que os efeitos sejam visíveis a curto, médio e longo prazo, o processo requer um envolvimento dos vários agentes, e este, foi um impacto positivo quase imediato do mesmo, pela dedicação, colaboração e envolvimento dos vários parceiros locais, em prol de um objetivo comum. O Plano de Ação de Sustentabilidade do Destino é fruto deste trabalho colaborativo, na definição de um conjunto de compromissos sustentáveis que as várias entidades se propuseram a trabalhar na definição de metas e objetivos, visando o desenvolvimento sustentável do destino, cuja maior parte das ações de 2019 já foram concretizadas. Assim, já assistimos a melhorias nos vários pilares da sustentabilidade. Os compromissos e os progressos de sustentabilidade podem ser consultados no nosso website: https://sustainable.azores.gov.pt Acresce a Cartilha de Sustentabilidade dos Açores, que nasceu em 2017, com 41 entidades aderentes, e já engloba 160 entidades subscritoras, com mais de 500 compromissos assumidos, rumo ao desenvolvimento sustentável da Região relacionados com a gestão eficaz dos recursos, reutilização de materiais, a preferência pela compra de produtos locais/regionais, a implementação de uma política de compras éticas, o que tem vindo a promover a economia circular, a responsabilidade social e ética das empresas, e a proteção do património ambiental. AO. Qual tem sido o papel da Estrutura de Sustentabilidade do Destino Turístico – Açores DMO (Destination Management Organization) na divulgação desta certificação e na sua aplicação? CM. A Açores DMO, funciona sob alçada da Secretaria Regional dos Transportes, Turismo e Energia, e coordena os esforços de sustentabilidade do destino, utilizando o motor do Turismo como catalisador do desenvolvimento sustentável. É um enorme trabalho de equipa e de colaboração, onde todos fazem parte e trabalham em prol de um objetivo comum. No âmbito da Estrutura da Açores DMO, foram criados vários grupos de trabalho de sustentabilidade, e promovemos vários momentos de auscultação junto dos agentes locais nas noves ilhas. Temos promovido ainda várias ações de educação e sensibilização de temáticas sobre turismo sustentável junto da comunidade escolar. Utilizamos as redes sociais, como facebook e o instagram para promover o nosso trabalho e interagir com a comunidade local principalmente com o público mais jovem. AO. Este ano, os Açores vão ser novamente alvo de uma auditoria para verificar o cumprimento dos critérios de sustentabilidade. Da experiência já recolhida desde 2019, quais são neste momento as vantagens e as ameaças para os Açores neste processo? CM. Além dos vários galardões e prémios de reconhecimento internacional já conhecidos, os Açores possuem ainda um vasto portfólio de produtos que têm permitido suportar um desenvolvimento turístico sustentado e de elevada qualidade. Ao caráter diferenciador do destino, alia-se o fato de estarmos a passar pelo segundo ano do processo de certificação o que nos traz benefício das aprendizagens da primeira auditoria ao destino. Reunimos ainda um conjunto de evidências dos progressos e melhorias desde a primeira auditoria, pelo que nos sentimos mais bem preparados, com uma equipa reforçada da Açores DMO, para receber auditoria este ano com vista a alcançarmos o Nível II da certificação de Prata da EarthCheck. Preferimos referir-nos a desafios do que a ameaças, e nos Açores ainda temos imensos desafios a superar. A sustentabilidade é um processo contínuo, e devemos ter a humildade e a responsabilidade de trabalhar em melhorias contínuas nas várias áreas que fazem parte da sustentabilidade do destino. AO. Os Açores têm condições de aspirar ao galardão de Ouro da EarthCheck? E quando poderão atingir o patamar máximo da certificação como destino sustentável? CM. O normativo da EarthCheck define 5 patamares de sustentabilidade, e cada vez que subimos um degrau nesse patamar, o processo torna-se mais exigente, uma vez que todos os anos temos que demonstrar melhorias face ao ano anterior. De forma a alcançarmos a Certificação de Ouro, ainda temos que subir 3 degraus da atual Certificação de Prata. Neste momento estamos a trabalhar para obtenção do Nível II da Certificação de Prata, e estimamos que em 2024 estaremos prontos a alcançar a Certificação de Ouro. Manter um destino sustentável, requer um compromisso de todos os residentes, as entidades públicas, o governo e as empresas, pois são estes os verdadeiros protagonistas da sustentabilidade do destino. O governo tem um papel essencial na definição e implementação de políticas que fomentem o equilíbrio e a prosperidade económica, o bem-estar social, a educação de qualidade, a saúde das empresas e a conservação e proteção do ambiente. As empresas podem assumir a sua responsabilidade social e ética para com o meio ambiente e pessoas, e trazer soluções inovadoras, alavancando enormes benefícios para o desenvolvimento sustentável, …